PM de Goiás cria grupo especializado em violência doméstica

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A Patrulha Maria da Penha é formada por 20 policiais militares, a maioria mulheres

Mulheres na Grande Goiânia contam a partir de hoje com os serviços de um batalhão interno à Polícia Militar, especializado no combate e prevenção a violência doméstica: a Patrulha Maria da Penha, formada por 20 policiais (a grande maioria mulheres), entre eles, a comandante do grupo, a tenente-coronel Silvana Rosa de Jesus.

O projeto, que será lançado hoje às 8 horas, no Palácio Pedro Ludovico, é uma parceria entre as Secretarias Estaduais de Segurança Pública e a Secretaria da Mulher, Desenvolvimento Social, Igualdade Racial, Direitos Humanos e Trabalho. Na ocasião do lançamento também serão entregues duas viaturas, especialmente caracterizadas para o batalhão. Os telefones para denúncia estarão plotados nos veículos.

 

De acordo com a tenente-coronel Silvana, inicialmente, a patrulha vai concentrar ação na região noroeste – a mais perigosa para as mulheres, segundo levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública. De acordo com a comandante da Patrulha Maria da Penha, uma das principais atuações desse novo grupo da PM será no sentido de garantir o cumprimento de medidas cautelares em favor de mulheres vítimas de violência, principalmente àquelas praticadas por seus companheiros. “Nosso objetivo é promover maior segurança para as mulheres. Num primeiro momento vamos visitar aquelas que já têm medidas provisórias protetivas em seu favor”, informa Silvana.

 

Giovana Ribeiro, 19, estudante de Direito, de Sistemas de Informação e feminista integrante do Coletivo Pagu – Associação Goiana que Luta pelo Empoderamento Feminino e fim da violência contra a mulher – avaliou positivamente a iniciativa: “Eu pessoalmente acho ótimo. É bem melhor do que nada. Um bom começo”, comenta.

 

Feminicídio

 

Além de medidas locais, ao longo da última semana, em homenagem às mulheres, várias ações de âmbito nacional têm sido lançadas, visando o combate à violência contra a mulher. A principal delas é a lei que classifica o feminicídio como crime hediondo, sancionada ontem pela presidente Dilma Rousseff.

 

De acordo com estatísticas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, o Brasil é o sétimo país do mundo em assassinatos de mulheres. A amostragem considerou os anos entre 2000 e 2010 e o resultado foi alarmante: 43,7 mil mulheres foram assassinadas neste período. Mais de 40% das vítimas foram mortas dentro de suas casas, muitas pelos companheiros ou ex-companheiros.

 

Mulheres têm orientação gratuita no Fórum Criminal

 

Até a próxima sexta-feira (13) mulheres em situação de violência doméstica têm atendimento de psicólogos e advogados, gratuitamente, no hall do Fórum Fenelon Teodoro Reis, das 8 às 18 horas. Elas poderão tirar dúvidas sobre assuntos como separação, guarda, pensão alimentícia e, principalmente, sobre como proceder em caso de agressão.

 

O evento faz parte da programação do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás em homenagem ao Dia da Mulher, celebrado em 8 de março. A ação será estendida também às presas do presídio feminino e da Casa de Prisão Provisória, que receberão orientações de 15 profissionais durante toda semana.

 

Membro da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e de Execução Penal, a juíza Telma Aparecida Alves Marques ressaltou que o número de mulheres que denunciam é cada vez maior. (Assessoria do TJGO)

Fonte: Jornal O Hoje