Mais de dois mil policiais militares, pensionistas e aposentados, lotaram o estádio Itaquerão, na tarde de 4 de junho, em São Paulo, para participar da manifestação organizada pela CERPM- Coordenadoria das Entidades Representativas da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Estiveram presentes os presidentes das Entidades que compõe a Polícia Militar, como o presidente da Associação dos Cabos e Soldados, Wilson Morais; o presidente da CERPM e da ASSPM, Sargento PM Ângelo Criscuolo; Cel Pettinato, presidente da AOPM; Cel Res PM Roberto Allegretti, presidente da AFAM; Cel PM Hudson Camille, Presidente da Coopmil. Também estavam presentes os presidentes das Regionais da ACS. E ainda, o vice-presidente da ACS, Antônio Carlos do Amaral Duca, o deputado estadual Major Olímpio(PDT), Cel Sérgio Payão e toda a diretoria da ACS.
Wilson Morais, presidente da Associação dos Cabos e Soldados, disse no evento que a Polícia Militar está pedindo Socorro para a população e que é inadmissível um policial receber um dos salários mais baixos do País. Wilson também falou que a Associação espera que o Governador do Estado, Geraldo Alckmin, se manifeste e dê um aumento merecido a todos os Policiais Militares. “Esperamos que após a Manifestação o Governador nos procure e aceite a nossa proposta de reajuste salarial. Pedimos 19% para este ano”.
No dia seguinte o governador paulista, desrespeitando a mobilização da categoria, pronunciou-se afirmando ser o movimento do “sindicato de reformados.”
Como resposta a CERPM lançou o seguinte esclarecimento:
1) Não existe “SINDICATO DOS REFORMADOS” na Polícia Militar. Por expressa proibição constitucional, os policiais militares não podem se sindicalizar ou participar de movimentos grevistas. Contudo, o que existe são ASSOCIAÇÕES, que os representam e são formadas por policiais em atividade, por inativos e por pensionistas, não apenas por “reformados” como tratou o governante.
2) O Governador se referiu aos “reformados” de forma manifestamente desrespeitosa, atribuindo-lhes pouca ou nenhuma importância no cenário social e político, esquecendo-se que, entre eles, estão policiais que se tornaram portadores de lesões incapacitantes em ato de serviço e também pensionistas que se tornaram viúvas precocemente pela mesma razão e que, por tais motivos, merecem da autoridade máxima do Estado maior respeito.
3) Se o Governador entende que a insatisfação com a política salarial de seu Governo é só de inativos, que autorize a participação em outros eventos, pacíficos e ordeiros, de policiais da ativa que se encontrarem de folga nessa data, desarmados, e em trajes civis, mas sem que, pela participação, sejam punidos. Assim, poderá ter a real dimensão dessa explosiva insatisfação, que é decorrente da falta de anúncio do índice de reajuste salarial para a PM em 2014, conforme promessa feita pelo Governo em 2013 e ratificada pelo seu próprio Secretário da Segurança Pública em junho de 2014.