Assassinato de brigadiano dentro de ônibus mostra lei fraca e necessidade de PMs andarem nos ônibus sem farda

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Brigadiano é mais uma vítima da fragilidade da lei, que deixa sensação de impunidade e estimula ações de bandidos
Brigadiano é mais uma vítima da fragilidade da lei, que deixa sensação de impunidade e estimula ações de bandidos

A ABAMF  lamenta a morte de mais um guerreiro da segurança pública do RS.  O soldado Márcio Ricardo Ribeiro, 42 anos, do Batalhão de Polícia de Guardas da BM (Porto Alegre-RS) – BPG, foi assassinado por dois homens que assaltaram o ônibus em que o brigadiano se deslocava  fardado para casa, após cumprir as horas de trabalho, na noite de 17 de outubro. Os marginais dispararam sete vezes contra o soldado. No entanto, apenas um dos tiros não foi contido pelo colete balístico, porque foi disparado contra o rosto do PM, que sequer teve tempo para reagir.

A ABAMF e outras representações de PMs do Brasil vem lutando para que crimes contra agentes da segurança pública se tornem hediondos e essa tragédia mostra a urgência na modificação da lei. Os bandidos não temem a lei, que se mostra fraca e encoraja ações que mais parecem execuções. O assalto ao coletivo poderia ter vitimado mais pessoas, tantos foram os tiros disparados dentro do ônibus.

Se a lei fosse intimidatória, os assaltantes teriam desistido da ação ao ver um PM no coletivo, mas, ao contrário, preferiram matar o brigadiano. Esse não é um caso isolado. Por diversos locais do Brasil, os bandidos mostram, cada vez mais, não temer a lei e vão fazendo vítimas e deixando famílias sem pai, mãe e  filhos, por quantias irrisórias.

O presidente da ABAMF, lembra que, em 2007, a associação encaminhou para votação, na Câmara Municipal de Porto Alegre, através da vereadora Maria Celeste, projeto que possibilitaria que aos brigadianos viajarem nos ônibus da capital gaúcha gratuitamente, sem uso da farda. A proposta foi rejeitada pelos vereadores, à época.  “Até hoje, como  pode ser constatado, os policiais são identificados pelos criminosos nos ônibus e pegos de surpresa”, alertou Leonel Lucas.

Enquanto os legisladores não tratarem agressores covardes com rigor na letra da lei  e a justiça tratar com menos benefícios  assassinos e estupradores e ladrões, os policiais não conseguirão, sozinhos, conter a violência. Ao contrário, muitas vezes, serão também vítimas.

Paulo Rogério N. da Silva

Jornalista ABAMF